Noiva cadáver é um belo filme, tem lições preciosíssimas ...
a cena que mais me marcou foi a de perto do fim , quando ela (a noiva cadáver) percebe que deve abrir mão do seu amado para que ele seja feliz ... é uma ótima representação da realidade do amor, me fez lembrar Drummond no poema "a quadrilha", o amor é caracterizado pelo "abrir mão", pelo "abster-se em favor de" ,às vezes abrir mão é deixar ir , é contentar-se em não ter para que ele ( o objeto do seu amor) tenha, por isso ele nas palavras do Ap. Paulo " não procura seus intereses", "tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta". O amor verdadeiro sabe a hora de retirar-se de cena , e não inveja nem guarda rancor, essas ações causam dor pra valer e parece que o amante, quando precisa abrir mão do ser amado, está em desvantagem , mas na verdade ao amar desse jeito é ele o mais beneficiado pois são nesses momentos e somente nesses que algumas virtudes brotam, é assim que vencemos o egoísmo e a vontade de prevalecer , é uma espécie de fraqueza consentida , bem expressou Camões ao dizer " Amor... É querer estar preso por vontade;É servir a quem vence, o vencedor;É ter com quem nos mata, lealdade" o amor nunca é infrutífero, mesmo quando não é correspondido, apesar de toda a dor que pode causar, se você parar um pouco , se aquietar , ouvir mais Aquele que é o Amor, vai perceber que a maior vantagem no amor nem sempre é consumá-lo, nem sempre vai ser estar do lado da pessoa amada, a riqueza do amor é simplesmente amar, e amar é um bem que não pode ser retirado de você, mesmo quando precisa ver o seu amado nos braços de outra ...
por isso... desejo felicidades ... e apesar de tudo ... me contento em ver você feliz ... percebi que é hora de retirar-me .
Um comentário:
O amor é relativo assim como o homem. As palavras de Paulo sobre o amor não é o eros (sentimento). Entendo que ele diz do ágape (atitude). É lógico que as palavras se encaixam para os três (fileo tb). Mas exatamente nesta parte dos interesses é somente para o ágape, pois no fileo o amor dos pais gira em torno de interesses e no eros também há interesses. Um tem que preencher as expectativas do outro e isto é o mesmo que interesses. É bem diferente de interesses materiais ou posição social, mas não deixa de ser interesse. Senão o amor das pessoas seria beneficência. Alguém vai tirar algum proveito do relacionamento, então que sejam os dois. Um amor sem interesses se torna fonte beneficiária para outra parte, além de ser terrivelmente sem graça. Um dos interesses do amor é fazer feliz o ser amado porque há reciprocidade.
Quanto a desistir do amor acho que não podemos forçar ninguém a nos amar. E quanto mais forçado, mais repudio ocorrerá. Mas podemos seduzir, flertar e deixar explícito este amor. Depois de estampado claramente este amor e se não foi correspondido, então bola pra frente que tem ainda muito jogo. Pois se este amor não está evidenciado para outra parte não há como tirar conclusões. As aparências enganam e muito, o coração é outro enganador, e apaixonado então lascou.
O sonho de um amor não pode terminar na esfera da subjetividade. Somente após uma conversa objetiva é que podemos tomar decisões que não vamos nos arrepender depois. Pois ficou tudo às claras.
Quem ama não tem que ficar esperando o seu amor bater na porta, às vezes a outra pessoa nem sabe do sentimento existente. Quem ama tem que correr atrás, mostrar o seu interesse, jogar a isca e esperar o retorno.
Além do que, no amor rola disposição, determinação e o delicioso prazer da conquista.
Não desista antes de esclarecer...
Apenas meu ponto de vista
Beijo
Clay
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